quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2013 foi um ano de lutas: que venha 2014

O mês de junho do ano de 2013 será lembrado por muito tempo na história do Brasil. Muitos o comparam ao maio francês de 68. Não por pouco. Nesse mês, ocorreu a maior mobilização popular juvenil dos últimos 20 anos no Brasil, quando milhares de pessoas saíram as ruas para exigir melhorias sociais no pais. Este trabalho visa compreender esse período, no que tange a cobertura de alguns veículos de comunicação e da reconstrução dos fatos. 

Foram poucos dias de intensas manifestações. A primeira ocorreu no dia 6 de junho, uma quinta-feira. Cerca de 3 mil pessoas caminharam pelas principais ruas da capital paulista, capitaneadas pelo movimento MPL e outros movimentos sociais, para exigir a redução das tarifas do transporte público. Já nesse dia, se prenunciava o que ocorreria nos atos seguintes, com repressão policial, pessoas feridas e a intransigência das autoridades.

No dia 7, foram cerca de 5 mil manifestantes que fecharam a Av. Paulista e foram reprimidos  pela policia militar. No dia 12 de junho, 10 mil pessoas, demonstrando o acúmulo político e a legitimidade das demandas, saíram as ruas para gritar contra o aumento das tarifas. Esse ato foi decisivo, pois a atuação da tática Black Bloc ganhava espaço na mídia, e atraía a simpatia de parte dos manifestantes. A destruição causou a ira da elite econômica que teve prejuízos com as manifestações e exigiram, através de sua expressão midiática, o basta dos protestos. O editorial dos dois principais jornais da capital, a Fola de S. Paulo e o Estadão, enunciaram de forma hegemônica a vontade da elite, a repressão e o fim do "vandalismo".


O principal dia de junho, e que definiria os demais, foi o dia 13, quando cerca de 15 mil pessoas saíram as ruas. A Policia Militar teve uma atuação que relembrou a ditadura miliar. Uma repressão que não se via há muito na história do país. O apoio popular as manifestações era evidente e, somado a violência policial, inclusive contra jornalistas, a mídia captou o momento de redefinir sua posição quanto a sua cobertura.

Nos outros três atos, o aumento das tarifas já tinham sido revogadas. Mais de um milhão de pessoas foram as ruas no Rio de Janeiro. Em São Paulo, milhares de pessoas se confundiam nas suas prioridades. O movimento de junho será analisado mais detalhadamente em seus elementos constituintes. O estrago foi feito, abrindo caminho para a era de lutas.

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