quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O processo gera sentido

" a necessidade histórica não re-existe ao processo contingente de sua efetivação, isto é, que o processo histórico é, em si, "aberto", indeterminado - essa mistura confusa gera sentido na media em que se revela"(zizek, menos que nada pag 59)

É óbvio que o estopim de junho foi o aumento das tarifas do transporte público. No entanto, novas demandas foram surgindo. Tantas, que parcela da mídia e do poder político disse que as pautas eram tantas que caíam no vazio.

Todas essas pautas estavam adormecidas na consciência da população, apenas aguardando uma oportunidade de exteriorizá-las. Pode-se dizer que o processo gerou o sentido. As pessoas perceberam que não eram os 20 centavos que atrapalhavam suas vidas. A falta de educação, saúde e a enorme corrupção que geravam a situação. Com o desenvolvimento dos acontecimentos, novas significações se fizeram presentes, transformando os centavos iniciais em inúmeras demanda sociais.
O movimento passe-livre pautou desde o início que as manifestações tinham como objetivo a redução para R$ 3 das tarifas. Entretanto, a necessidade histórica de reverter um quadro de letargia social e promover uma ruptura com a antiga insatisfação de sofá era determinante.

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